Espontaneidade. Facilidade com que alguma coisa se produz naturalmente. Um fluir sem amarras, uma brincadeira numa roda de amigos, uma risada que torna leve um momento tenso. A forma como busco viver, o que desejo pro Davi. Leveza. Autenticidade. Segurança.

Mas aí ele resolve fazer uma pirraça épica porque naquele momento não dava para ir no escorrega. Ou então fala pro vizinho que ele está “muito gordão” enquanto a gente sobe até o décimo andar e eu não tenho onde enfiar a minha cara. Ou me bate porque não deixei ir para a piscina. Chora copiosamente porque perdeu o direito de ver desenho depois de riscar a parede branquinha do quarto pela terceira vez depois de conversas honestas anteriores.

Do outro lado estou eu. Uma mãe em construção. Um ser humano que quer acertar. Mas não sabe como. Vai lá, vem cá, tem certeza de que é desse jeito, não tem ideia de como seguir. Será que vai dar errado? Mas e a espontaneidade? Não, ele não pode reagir com as agressões. Me defendo? Agressividade com agressividade não resolve. Como ele vai saber que dói? Ele já sabe.

Para, respira, vai ao cinema, volta pedalando na chuva. Lembra: limite é sinônimo de equilíbrio. LIMITE E EQUILÍBRIO ANDAM DE MÃOS DADAS. Limites favorecerem a produção criativa. A criatividade é prima da espontaneidade. A intuição é aquela avó meio mãe de todo mundo. Segue a sua, Camilla. Levanta, sacode a poeira, um novo dia se inicia. Faz o possível. O possível basta.

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2 comentários

  1. O possível basta, sim, amiga.
    Respira fundo, já está dando tudo certo!

    Aqui eu dou limite com o meu corpo, me colocando entre ela e o que não quero que ela faça. O contato físico ajuda e ainda acolhe – a frustração vem, e eu tento acolher a frustração, mas não o que ela quer fazer, sabe assim? Sobre bater, eu paro instantaneamente e repito mil vezes que nós não batemos em ninguém, só conversamos para resolver as coisas.

    Mas quando sou eu que altero a voz ou algo do tipo, sei que o cuidado tem que começar em mim. Também precisamos de um tempo, de colo, de um aconchego de vez em quando.
    E assim vamos, um dia de cada vez, hahaha.

    Sigamos.

    Beijo grande!
    Marina

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    1. Eu também já usei muito meu corpo e meu abraço como limite, querida! Mas aos cinco ele já não aceita mais o contato físico nas crises. 😦 Não quer meu abraço, manda eu ir embora e ainda me agride fisicamente algumas vezes. Um capricorniano arretado esse meu filho.
      O que eu tento sempre é não me culpar porque também perdi o controle depois de todas as tentativas de resolver com harmonia. Entendi que às vezes o Davi quer firmeza, segurança de palavras e atitudes. Além disso, também quero honrar as minhas necessidades na nossa relação.
      Enfim, Marina, aquela corda bamba onde andaremos para sempre tentando não cair no precipício. Estamos juntas!
      Beijos!
      Camilla

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